quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Visceral




De um choro contido, me vejo em prantos embebido.
Não obstante, estarrecido em meio à dor que me corrói.
De um desejo abstrato, dor senil que me destrói.
Como que levado, subjugado e desfalecido.

De todas as dores nauseantes que já tive.
Como podes ser alheia a uma dor tão pungente.
Dilacera meus sentidos, atordoa a mente.
Moléstia que tonteia um cativo que nem vive.

Joguei meu coração de vidro a teus pés estilhaçado.
Os meus olhos já não guiam, não confio, são ingratos.
Habitando meus sonhos, e permanecendo entre parênteses.

Apoderou-se dos meus sentidos, sou um louco amordaçado.
Toda doçura do teu ser, deixou o meu em trapos.
E me posto a ti, como um vencido, de tu só desinteresses.

3 comentários:

Fátima disse...

Divinamente incrivel, parabéns, és poeta e tava escondendo o jogo por trás de uma máscara árida e infestil, tal vez pra isso... imprecionar, rsrsr.

Jorge Muniz disse...

Tudo depende de onde vens, e vindo de você um elogio quase não me contem, pois é recebido de muito bom grado. Como um afago, um doce acariciar. Uma bênção que espero sempre poder contar. Obrigado. Aprendi com vc!

Fátima disse...

Esse é o tipo de coisa que não aprendemos, tem a ver com capacidade de percepção, que bom que vc percebeu, como dizem... são chocantes de lindas suas poesia.